“Sucedeu, pois, que ao terceiro dia Ester se vestiu com trajes reais, e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte do aposento do rei; e o rei estava assentado sobre o seu trono real, na casa real, defronte da porta do aposento. E sucedeu que, vendo o rei à rainha Ester, que estava no pátio, alcançou graça aos seus olhos; e o rei estendeu para Ester o cetro de ouro, que tinha na sua mão, e Ester chegou, e tocou a ponta do cetro. Então o rei lhe disse: Que é que queres, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará. E disse Ester: Se parecer bem ao rei, venha hoje com Hamã ao banquete que lhe tenho preparado. Então disse o rei: Fazei apressar a Hamã, para que se atenda ao desejo de Ester. Vindo, pois, o rei e Hamã ao banquete, que Ester tinha preparado, Disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? E ser-te-á concedida, e qual é o teu desejo? E se fará ainda até metade do reino. Então respondeu Ester, e disse: Minha petição e desejo é: Se achei graça aos olhos do rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a minha petição, e cumprir o meu desejo, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme a palavra do rei”. (Ester 5:1-8)
Este livro de Ester tem algumas características muito interessantes. Curiosamente, em todo o texto do livro o nome de Deus não é mencionado, mas a sua atuação é inegável, como que por trás dos panos. O texto narra um episódio agudo na história de Israel, o povo de quem deveria nascer o Messias e que, portanto, precisava ser preservado para cumprir o propósito divino.
Uma armadilha maldosa havia sido estabelecida para seu extermínio e a rainha Ester, judia, era a única que podia fazer algo – e é desafiada a agir.
Eram tempos difíceis e perigosos. Registros nos capítulos anteriores dão conta de um rei um tanto quanto instável, e aquele monarca absoluto tinha pleno direito de vida e morte sobre seus súditos. Nem mesmo a rainha podia comparecer diante dele sem ser convidada, sob o risco de ser morta.
O texto de hoje mostra dois aspectos desta mulher: o mais óbvio, sua ousadia em nome da fé e o compromisso com seu povo, expondo-se ao risco (real) de morrer.
Mas, por outro lado, é interessante observar que ela não foi armada apenas de sua fé e coragem, mas tratou de vestir suas roupas de rainha. Imagino que nunca Ester caprichou tanto no visual; ela deveria ser muito bonita e esmerou-se para estar deslumbrante. O rei estava “coincidentemente” de bom humor e derreteu-se “Qual é a tua petição? E ser-te-á concedida, e qual é o teu desejo? E se fará ainda até metade do reino”
Creio que há algo a aprender neste texto: nossos esforços nada valem se Deus não for por nós: diz o salmista que se o Senhor não edificar a casa, de pouco adianta o empenho dos edificadores.
No entanto, o fato de se fazer algo aprovado por Deus não nos exime de fazer o nosso melhor – muito pelo contrário, é dele que vêm a capacidade e os recursos, e é sábio empenhar o melhor que temos.
“Esforçar-se como se tudo dependesse de nós, mas sempre dependendo de Deus”
Shalom....
Valéria
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